A adequada habilidade do pé é essencial para a atividade normal da marcha. Durante a fase de apoio da marcha, o pé deve agir como um adaptador frouxo, um braço rígido, um sistema absorvedor de choque e como mecanismo de absorção da rotação do membro inferior.
O pé é uma estrutura extremamente complexa que deve executar uma série de funções biomecânicas importantes, principalmente durante a fase de apoio da marcha.
Antepé varo:
A observação clínica desta anormalidade do pé demonstra um antepé invertido na bissecção, na porção posterior do calcâneo, quando a articulação subtalar está em posição neutra.
Clinicamente, o antepé varo compensado lembra um pé plano ou achatado. Posteriormente, o calcâneo fica evertido.
Medialmente, o arcolongital está ausente, com a cabeça do tálus proeminente proximalmente à tuberosidade do navicular. A deformidade do hálux em valgo está geralmente associada com este tipo de pé, dependendo da quantidade de pronação compensatória necessária e da cronicidade do problema.
Antepé valgo:
Esta anormalidade no pé pode ser definida como uma versão do antepé em relação ao retropé. A deformidade em valgo do antepé contrasta diretamente com o antepé varo, já que as estruturas mediais do pé estão em contato com a superfície enquanto que a face lateral está suspensa.
A deformidade do antepé valgo rígido lembra um pé cavo típico ou arco alto. Esta anormalidade pode estar associada com varo do retropé ou subtalar e pode ser um fator causal levando à síndrome do túnel do tarso anterior. Este tipo de pé será um mau absorvedor do choque e consequentemente transmitirá um aumento de forças do solo para as estruturas da articulação proximal.
Retropé varo:
Esta deformidade resulta da falência do calcâneo posterior em sofrer uma desrotação completa de sua posição original. A avaliação da relação retropé-antepé na posição de ausência de descarga de peso revela um calcâneo invertido quando a articulação subtalar está em posição neutra e a articulação mediotársica em pronação.
Durante a descarga de peso, o retropé e o antepé irão se inverter em relação ao solo, levando o mediopé a uma posição de ausência de descarga de peso.
As estruturas ósseas que formam articulações no joelho são o fêmur, a tíbia e a patela. Essas três estruturas ósseas formam duas articulações distintas: a femoropatelar e a tibiofemoral. Todavia, funcionalmente essas duas articulações não podem ser sempre consideradas separadamente, pois existe uma relação mecânica entre elas.
Para aumentar a estabilidade, um sistema fibroelástico do menisco repousa sobre concha tibial, dependendo assim dos platôs tibiais. Dois meniscos fibroelásticos intra-articulares estão arranjados ao longo da borda periférica da concha tibial.
Joelho Varo
O joelho varo ou geno varum é geralmente encontrado no recém-nascido, e envolve o fêmur e a tíbia. Onde a tíbia está aduzida em relação ao fêmur. Alguns autores ressaltam que esta deformidade é de maior ocorrência entre os 14 e 36 meses de vida. O varismo fisiológico corrige-se espontaneamente nos primeiros dois ou três anos de vida, e geralmente não requer tratamento ortopédico.
O fato que mais chama a atenção dos pais é a deformidade. Queixas como dor, desequilíbrio postura! e retardo do início da marcha são pouco freqüentes havendo no entanto uma associação entre o joelho varo fisiológico e o início da deambulação. Joelho valgo ou geno valgum
Pode ser encontrado também como joelho valgo fisiológico e geralmente ocorre em crianças na faixa etária compreendida entre dois e sete anos aproximadamente. O limite da anormalidade de valgo é de 10°, sendo tolerada normalidade mais acentuada nas meninas por apresentarem diâmetro bitrocantérico maior. A obesidade também aumenta este tipo de valgismo.
A criança com valgismo fisiológico tem um comportamento físico normal, embora o aspecto estético dos joelhos chame a atenção dos pais. Nos casos mais acentuados, a criança anda com dificuldade e se queixa de cansaço nas pernas, ocorrendo nos esforços e, principalmente, quando corre batendo um joelho no outro
A junta do quadril consiste na articulação da cabeça do fêmur com a cavidade profunda do acetábulo em forma de cúpula do quadril. A função do quadril humano não é só suportar e distribuir carcas, mas também facilitar o movimento do corpo através do espaço, de forma indolor, com movimento controlado entre a coxa e o ombro.
Coxa valga:
A coxa valga é caracterizada pela persistência na vida adulta de um ângulo colodiafisário maior que 130º. O ângulo colodiafisário ao nascimento é geralmente de 150º, diminuindo a 130º na vida adulta. A coxa valga pode ser congênita, seqüela de traumatismo, luxação do quadril, patologias como a patologia espástica, ou por ausência de descarga de peso na infância.
O resultado da coxa valga é o relativo alongamento do membro, posicionando o quadril afetado em adução.
Na coxa valga, o braço de alavanca para os abdutores fica encurtado, e cria uma posição desfavorável para os abdutores, que contribuem para a adução no lado afetado.
Coxa vara:
A coxa vara é uma deformidade onde o ângulo colodiafisário está abaixo dos 125º normais. Pode ser causada por vários fatores, incluindo trauma, apifisiólise da cabeça femoral, raquitismo, ou causa congênita
Displasia congênita e luxação do quadril:
Termo que se refere à má formação da articulação do quadril, é uma das deformidades congênitas mais comuns. Ela será aparente no caso de subluxação ou luxação. Entretanto, a displasia acetabular que não resulta em subluxação ou luxação pode não ser aparente até que seja tardiamente revelada pela marcha patológica e/ou radiografias. Quando não é reconhecida e nem tratada precocemente, pode levar a um quadro de osteoartrite na vida adulta.
Doença de Legg –Calve-Pethes:
Também denominada coxa plana ou osteocondrose juvenil, é uma alteração no quadril que ocorre em crianças de 3 a 12 anos, com um pico de incidência aos 5 anos. A doença é caracterizada por necrose avascular da cabeça femoral, resultando em um achatamento da cabeça femoral. A causa da necrose avascular é desconhecida, mas pode resultar de uma sinovite crônica.